Segundo a newsletter semanal do GRI Club Real Estate Brazil, a venda de um terreno virtual por 2,4 milhões de dólares, é até então, a maior transação imobiliária do metaverso. Para se ter uma ideia do quão significativo - e, por que não, maluco - é isso, o imóvel da Decentreland foi negociado por um preço superior ao de terrenos reais situados em Nova York.
Mas qual o sentido de gastar milhões de dólares em algo que só existe virtualmente? Para o especialista Gustavo Zanotto, mentor de startups e co-fundador do Café Imobiliário, a popularização e a facilidade de transacionar imóveis virtuais - em contraste com os imóveis reais - significam que o metaverso será mais do que um modismo momentâneo.
Ainda segundo Zanotto, empresas de investimento imobiliário estão se aprofundando no metaverso em busca de aprender sobre como podem desenvolver negócios de fato para obter retornos em aplicações imobiliárias virtuais.
O fundador e CEO da proptech iTeleport, Francisco Toledo, utiliza a mesma comparação com os domínios da internet 1.0 para explicar a corrida por imóveis digitais fictícios, que já começam a atrair até mesmo grandes imobiliárias globais, como a RE/MAX. “No metaverso, há uma construção de blocos ao redor de um centro comercial, como ocorre nos videogames. Quanto mais próximo deste centro, maior o fluxo de pessoas, como no mundo real”, diz.
Se a tendência se confirmar, ao invés de simplesmente comprar roupas e acessórios para os avatares dos jogos, haverá um ambiente completo no qual as pessoas serão atendidas por corretores virtuais que vendem terrenos virtuais onde podem ser criadas lojas virtuais que vendem produtos virtuais, mas que têm valor real; ou ainda, nestes terrenos, o foco será a publicidade.
Segundo Zanotto, além das aplicações mencionadas, há no mercado imobiliário infinitas possibilidades em torno da comercialização das unidades. “Temos um local de reunião de produtos e serviços para o cliente final, que o permite economizar tempo e recursos de deslocamento. Uma experiência como a do mundo físico, porém com mais comodidade e segurança”.
É este o caminho seguido pela Tecnisa: a incorporadora está desenvolvendo um modelo no metaverso para a venda de seus apartamentos. “A venda vai ocorrer dentro do mundo virtual. Vai ter um avatar e o consumidor vai ser atendido em um estande virtual. O que eu posso dizer é que vai incrementar a experiência - sem excluir tudo o que oferecemos hoje - para talvez nos ajudar a ter maior conversão de vendas”, conta o diretor de Incorporação, Alexandre Mangabeira.
“Para nós, o metaverso não é somente essa questão de comprar ou vender um terreno neste mundo à parte. Nessa plataforma que a gente desenvolveu, o cliente tem praticamente uma fotografia do empreendimento em 3D, com várias possibilidades de mexer no imóvel, trocar paginação do piso, louça etc.”.
Funciona assim: uma vez fechada a compra do apartamento, o cliente é convidado a acessar a plataforma junto com profissionais de design e arquitetura da Tecnisa para fazer a personalização. A experiência não tem custos - somente é paga a diferença de valor conforme as mudanças efetuadas - e o acesso pode ser feito por qualquer computador.
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